quarta-feira, 21 de abril de 2010

Elysia chlorotica - planta ou animal?




Elysia chlorotica
é uma lesma-do-mar, da família Placobranchidae, que habita a costa norte-americana , que se estende desde a costa da Nova Escócia ao sul da Flórida . Este molusco se tornou conhecido por ser o primeiro animal que mostrou a capacidade de produzir clorofila e fazer fotossíntese.

Uma lesma marinha hermafrodita verde escura, encerra os mecanismos para levar a cabo a fotossíntese, como resultado do estabelecimento de uma relação simbiótica intracelular com os cloroplastos que rouba à alga haplóide Vaucheria litorea, que constitui a sua fonte alimentar.
O pequeno animal obtém os cloroplastos após perfurar a parede e sugar o conteúdo das células da alga, que armazena nas células do seu ramificado intestino, que se prolonga por todo o corpo, onde permanecem funcionais. A associação estabelece-se em cada geração.

domingo, 18 de abril de 2010

O domínio oculto dos micróbios

Cientistas de censo passaram a última década monitorando leões-marinhos, tubarões e outros grandes habitantes marinhos. Agora, o foco passa às menores criaturas do oceano - micróbios. E os números são surpreendentes.

Hoje, o Censo da Vida Marinha, uma rede de pesquisadores de mais de 80 países formada dez anos atrás para documentar a diversidade dos oceanos, anunciou que micróbios marinhos representam até 90% de toda biomassa oceânica, pesando, em conjunto, o equivalente a 240 bilhões de elefantes africanos. Seis anos atrás, estudos em biologia molecular já tinham indicado que a diversidade microbiótica marinha era maior do que se pensava, mas "fomos surpreendidos pelos dados", relembra Mitch Sogin, biólogo molecular do Marine Biological Laboratory em Woods Hole, Massachusetts, que co-dirigiu uma das pesquisas.

Estudos foram realizados com amostras de organismos de lama oceânica, coluna d'água e fontes hidrotermais. Para a catalogação dos indivíduos, foram utilizadas técnicas avançadas de sequenciamento de DNA, com enfoque nos genes ribossomais.

Fonte: ScienceNOW

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Novas das profundezas

Um time global de pesquisadores, conhecido como InterRidge, descobriu e filmou as fontes hidrotermais mais profundas de que se tem notícia. A descoberta ocorreu na Fossa das Caimã, abaixo do mar do Caribe, a uma profundidade de 5000 m. A equipe ainda planeja uma outra expedição, que poderá descer 6000 m.

domingo, 11 de abril de 2010

Plantas, Ilhas no Mar Egeu e Diversidade de Espécies

A criação de rebanho, geralmente caprino ou ovino, é uma prática comum nas ilhas do Egeu, principalmente devido à falta de espaço adequado na porção continental.

Foto de satélite mostrando as ilhas do Mar Egeu, entre a Grécia e a Turquia (Imagem: Wikipédia)

Os animais são transportados de barco às ilhas, e isso pode introduzir plantas, na forma de sementes ou esporos, no ambiente. Muitas são daninhas, outras são espécies comuns nativas de outras ilhas. A partir daí, o vegetal invasor deve passar por dois testes: primeiro, estabelecer indivíduos adultos sobre as espécies já presentes (o que é facilitado se o estabelecimento se dá em uma área já pastada) e segundo, suportar, por várias gerações, as condições ambientais da ilha. Portanto, em linhas gerais, a pastagem é responsável por uma estruturação vegetal insular completamente diferente, enquanto que as pequenas ilhas sem pastagem são um dos poucos ecossistemas no Mediterrâneo quase sem influência humana.

A flora menos diversificada de ilhas não-pastadas corresponde à sua condição “normal”, enquanto que a pastagem permite o estabelecimento de mais espécies. Tomando um ponto de vista relacionado à conservação, essa ideia corrobora opiniões anteriores de que até mesmo as atividades humanas tradicionais, de baixa intensidade, como a criação de rebanhos livres, afetam significativamente os processos que modelam as comunidades vegetais em ilhotas, aumentando a riqueza de espécies num primeiro momento, mas diminuindo, futuramente, a heterogeneidade geral, já que as espécies invasoras mais adaptadas acabam "tomando" o lugar das nativas.

Referência:

Panitsa, M.; Tzanoudakis, D.; Triantis, K. A.; Sfenthourakis, S. (2006) Patterns os species richness on very small islands: the plants of the Aegean archipelago. Journal of Biogeography, 33, 1223-1234.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Descobertos fósseis de quase 2 milhões de anos na África do sul

Os longos braços, as pernas compridas e o cérebro, menor, mas com o mesmo formato do nosso, levaram os pesquisadores a concluir que a espécie representa um ancestral distante do homem.

Um macaco? Um homem? Para os cientistas envolvidos na descoberta é a transição de um para o outro. O hominídeo Australopithecus sediba ocupou a capa da mais importante revista de ciência dos Estados Unidos. Hominídeo é uma família da ordem dos primatas; australopithecus, macaco do sul; e sediba, numa das línguas oficiais da África do Sul, é fonte nascente.

A espécie, que seria a ancestral ao ser humano, foi encontrada num parque perto de Johanesburgo, capital sul-africana. Como se fosse um filme, um garoto de 9 anos, filho de um pesquisador que acompanhava escavações, tropeçou. Era uma clavícula.

Aí foi um passo para encontrar os fósseis de uma fêmea adulta, entre 20 e 30 anos, com 33 quilos, e um macho adolescente, de 10 a 13 anos, com 27 quilos. Eles estavam no que era uma caverna.

"Um milhão e novecentos mil anos em extraordinárias condições," disse o pesquisador.

Os longos braços, como os de um macaco, as pernas compridas, capazes de dar passos longos como os humanos, e o cérebro, menor, mas com o mesmo formato do nosso, levaram os pesquisadores a concluir que esta espécie representa um ancestral distante do homem.

Foram dois anos de buscas e mais de 60 cientistas envolvidos dos EUA, das Austrália e da África do Sul. Mas alguns daqueles que não participaram da pesquisa questionaram: os fósseis seriam mesmo de uma espécie que deu origem ao homem moderno?

Seja qual for a resposta, a ciência espera estar mais perto de descobrir a evolução humana.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Nova espécie

Uma nova espécie animal foi descoberta no Canal de Mira da Ria de Aveiro por investigadores da universidade daquela cidade. Trata-se de um verme marinho baptizado de “Diopatra micrura” que, embora se assemelhe a outras duas espécies já registadas no mesmo local, apresenta-se como uma novidade para a ciência.

Após a análise do material biológico recolhido em várias campanhas de investigação, Ana Maria Rodrigues, Victor Quintino e Adília Pires constataram que a “Diopatra micrura” também habita a região costeira ao largo de Aveiro, da Nazaré, de Cascais e de Vila Real de Santo António.

A descoberta aconteceu à margem de um trabalho de investigação sobre a "Diopatra neapolitana", uma espécie abundante na ria e utilizada para fins comerciais. Neste contexto os investigadores detectaram esta nova espécie muito semelhante, embora com dimensões inferiores e com umas barras azuis nos filamentos que funcionam como órgãos sensoriais, detalhe que lhes “chamou a atenção”, confidenciou ao Ciência Hoje Ana Maria Rodrigues, do Departamento de Biologia da UA.

“A ‘Diopatra micrura’ é muito semelhante ao casulo ‘Diopatra neapotitana’. Fazem tudo e vivem exactamente da mesma forma. É, porém, mais pequena pois o indivíduo maior que encontramos mede oito centímetros. Vive num tubo que em termos de materiais de construção é também semelhante ao da 'Diopatra neapolitana' ", explicou a investigadora.