domingo, 11 de abril de 2010

Plantas, Ilhas no Mar Egeu e Diversidade de Espécies

A criação de rebanho, geralmente caprino ou ovino, é uma prática comum nas ilhas do Egeu, principalmente devido à falta de espaço adequado na porção continental.

Foto de satélite mostrando as ilhas do Mar Egeu, entre a Grécia e a Turquia (Imagem: Wikipédia)

Os animais são transportados de barco às ilhas, e isso pode introduzir plantas, na forma de sementes ou esporos, no ambiente. Muitas são daninhas, outras são espécies comuns nativas de outras ilhas. A partir daí, o vegetal invasor deve passar por dois testes: primeiro, estabelecer indivíduos adultos sobre as espécies já presentes (o que é facilitado se o estabelecimento se dá em uma área já pastada) e segundo, suportar, por várias gerações, as condições ambientais da ilha. Portanto, em linhas gerais, a pastagem é responsável por uma estruturação vegetal insular completamente diferente, enquanto que as pequenas ilhas sem pastagem são um dos poucos ecossistemas no Mediterrâneo quase sem influência humana.

A flora menos diversificada de ilhas não-pastadas corresponde à sua condição “normal”, enquanto que a pastagem permite o estabelecimento de mais espécies. Tomando um ponto de vista relacionado à conservação, essa ideia corrobora opiniões anteriores de que até mesmo as atividades humanas tradicionais, de baixa intensidade, como a criação de rebanhos livres, afetam significativamente os processos que modelam as comunidades vegetais em ilhotas, aumentando a riqueza de espécies num primeiro momento, mas diminuindo, futuramente, a heterogeneidade geral, já que as espécies invasoras mais adaptadas acabam "tomando" o lugar das nativas.

Referência:

Panitsa, M.; Tzanoudakis, D.; Triantis, K. A.; Sfenthourakis, S. (2006) Patterns os species richness on very small islands: the plants of the Aegean archipelago. Journal of Biogeography, 33, 1223-1234.

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