sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Pandora é aqui

Saudações a todos os leitores do Antena Ecológica! Vocês já devem ter percebido (espero!) que estou há alguns dias sem postar, isso porque acabo de me mudar para SP e só agora consegui acesso à internet. Peço desculpas pela ausência, mas já trago novidades ao blog. Finalmente!

No filme Avatar, o povo Na'vi possui a habilidade de se ''conectar" a uma rede que liga todos os elementos da biosfera. Mas pesquisadores podem ter encontrado um paralelo à essa rede em nosso mundo: sulfobactérias que vivem em sedimentos abaixo do solo oceânico.

Imagem: 20th Century Fox

Alguns cientistas acreditam que essas bactérias são conectadas por uma rede de nanofios microbióticos. Esses finos filamentos proteicos poderiam lançar elétrons de um lado para outro, permitindo que comunidades de bactérias agissem como um único superorganismo. Agora, Lars Nielsen e sua equipe, da Aarhus University, na Dinamarca, encontraram evidências que apoiam essa teoria.

"A descoberta foi quase mágica", disse Nielsen. "Vai de encontro a tudo que sabemos até agora. Micro-organismos podem viver em simbiose elétrica por grandes distâncias."

Muitas bactérias marinhas geram energia oxidando o gás sulfeto de hidrogênio, comum nos sedimentos oceânicos. Para isso, os organismos precisam de acesso ao oxigênio na água, que "captura" os elétrons vindos da quebra da molécula do sulfeto.

Nielsen obteve amostras de sedimentos ricos em bactérias vindos do solo marítimo próximo a Aarhus. No laboratório, a equipe retirou, e depois devolveu oxigênio às mesmas. Para a surpresa de todos, as medições de sulfeto de hidrogênio revelaram que bactérias vários centímetros abaixo da superfície da água iniciaram a quebra do gás bem antes que o oxigênio reintroduzido chegasse a elas (Revista Nature).

Acredita-se que uma rede de proteínas condutoras entre as bactérias seja o que torna isso possível, permitindo que a reação de oxidação ocorra a uma distância remota do oxigênio que a sustenta. Os fios transportam elétrons das bactérias em áreas mais fundas e pobres em oxigênio até as que estão na superfície do solo oceânico, região mais rica no gás. Os elétrons são então passados ao O2, que reage com íons de hidrogênio para formar água, terminando o processo.

Diagrama explica a reação (clique aqui para aumentar a imagem)

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