sábado, 21 de novembro de 2009

Alívio imediato e necessário

Pescadores de atum do Atlântico oeste e Mediterrâneo receberão permissão para capturar um total de 13,5 mil toneladas de atum-azul em 2010, em oposição à cota previamente estabelecida de 19,950 t. A International Commission for the Conservation of Atlantic Tunas (comissão para a conservação dos atuns do Atlântico) relata que isso fornecerá aos peixes uma chance de recuperação de 60% nos próximos 15 anos, mas grupos ambientalistas dizem que tal atitude não será suficiente para salvar o atum da extinção comercial.

Há 20 anos, as águas mediterrâneas eram repletas do animal que hoje está se tornando um dos mais ameaçados do mundo. Agora sua população beira o colapso, trazido pela pesca em excesso. É por isso que um grupo de cientistas, com apoio da WWF (World Wildlife Fund), está rastreando o atum: o objetivo da coleta de dados é impedir a destruição desse animal caçado há mais de 3000 anos. A organização pressiona por ações imediatas, inclusive pela proibição temporária da pesca. De acordo com Pablo Cermeño, pesquisador envolvido no projeto, a pesca comercial de atum entrará em colapso em 2012.

Na foto, Cermeño "etiqueta" um peixe (Imagem: Edward Parker/WWF-Canon)

O comércio em torno do atum é grande - um peixe de 70 kg pode custar até $15 mil. E esse é o problema; com sua carne macia, o atum é considerado o "rei do sushi". Mesmo assim, os pescadores não conseguem acompanhar a demanda.

A maioria de atum legalmente capturada hoje no Mediterrâneo acaba no Japão, um mercado que gera cerca de $7 bi ao ano, mas o maior perigo é o mercado negro. De acordo com a WWF, barcos registrados maqueiam os relatórios de pesca para maximizar o lucro. Em se tratando de piratas, a situação é muito mais grave.

Gráfico mostra o aumento na pesca do atum-azul, especialmente no Mar Mediterrâneo, nos últimos 20 anos

Em 2007, os números oficiais registravam 23,154 t de atum pescado no Mediterrâneo, mas a ICCAT estima que a quantidade real chegue em 47,5 mil toneladas, algo completamente insustentável. Nos últimos 10 anos, o peso médio do atum caiu de 125 para 65 quilogramas, sinal claro da pesca excessiva. Com as taxas atuais de exploração, a WWF acredita que o atum-azul estará comercialmente extinto em 3 anos, já que sua população não atingirá o tamanho mínimo necessário para que a pesca seja vantajosa.

Cardume de atuns (Imagem: David Fleetham/Visuals Unlimited/Getty)

Fonte: Revista New Scientist - http://www.newscientist.com/

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