Há 20 anos, as águas mediterrâneas eram repletas do animal que hoje está se tornando um dos mais ameaçados do mundo. Agora sua população beira o colapso, trazido pela pesca em excesso. É por isso que um grupo de cientistas, com apoio da WWF (World Wildlife Fund), está rastreando o atum: o objetivo da coleta de dados é impedir a destruição desse animal caçado há mais de 3000 anos. A organização pressiona por ações imediatas, inclusive pela proibição temporária da pesca. De acordo com Pablo Cermeño, pesquisador envolvido no projeto, a pesca comercial de atum entrará em colapso em 2012.

O comércio em torno do atum é grande - um peixe de 70 kg pode custar até $15 mil. E esse é o problema; com sua carne macia, o atum é considerado o "rei do sushi". Mesmo assim, os pescadores não conseguem acompanhar a demanda.
A maioria de atum legalmente capturada hoje no Mediterrâneo acaba no Japão, um mercado que gera cerca de $7 bi ao ano, mas o maior perigo é o mercado negro. De acordo com a WWF, barcos registrados maqueiam os relatórios de pesca para maximizar o lucro. Em se tratando de piratas, a situação é muito mais grave.

Em 2007, os números oficiais registravam 23,154 t de atum pescado no Mediterrâneo, mas a ICCAT estima que a quantidade real chegue em 47,5 mil toneladas, algo completamente insustentável. Nos últimos 10 anos, o peso médio do atum caiu de 125 para 65 quilogramas, sinal claro da pesca excessiva. Com as taxas atuais de exploração, a WWF acredita que o atum-azul estará comercialmente extinto em 3 anos, já que sua população não atingirá o tamanho mínimo necessário para que a pesca seja vantajosa.

Fonte: Revista New Scientist - http://www.newscientist.com/
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